Terminei ontem, depois de ler por dois dias, o romance do peruano Mario Vargas Llosa. Travessuras da Menina Má é uma obra-prima, e como há muito tempo eu não lia algo que me arrebatasse por completo, este me arrastou para travar batalhas com o meu próprio eu, com as minhas próprias fraquezas, crenças, descrenças e travessuras.
Embora seja um livro fácil de ser devorado, eu não consegui ler compulsivamente sem deixá-lo afastado de mim por algumas horas, porque não é apenas uma narração sobre encontros e desencontros amorosos de um casal, mas sim, da eterna luta de nos tornarmos algo que um dia a gente sonhou ou imaginou que seríamos. E a verdade? A gente nunca se torna completamente o que havíamos sonhado. Com o tempo nos tornamos mais fracos, mais acomodados, mais distantes, menos gente. Parece que o tempo vai corroendo todas as nossas boas vontades, e me parece que conseguimos esquecer mais facilmente alguém que amamos.
Com o decorrer do livro fui tomando consciência de coisas que demoraria meses em análise, sim, o soco no estômago veio de uma só vez, e entre choros quietos e soluços abafados, triste e alegre, no final, eu era mais eu.
Certas obras nos fazem lembrar que sem elas estaríamos ainda mais sozinhos e acanhados. Menos sonhadores e mais egoístas. É pena que não nos lembremos disso todo o tempo, é pena que um livro desse não nos caia de bandeija em todos os momentos. É pena que nos esquecemos que somos ruins, mas podemos ser bons em determinados momentos e que maniqueísmo só existe em livro de banca de revista e nas novelas globais.
Nós somos tanta gente e que possamos nos reinventar ainda mais.
Salve, salve Llosa e obrigada.
Embora seja um livro fácil de ser devorado, eu não consegui ler compulsivamente sem deixá-lo afastado de mim por algumas horas, porque não é apenas uma narração sobre encontros e desencontros amorosos de um casal, mas sim, da eterna luta de nos tornarmos algo que um dia a gente sonhou ou imaginou que seríamos. E a verdade? A gente nunca se torna completamente o que havíamos sonhado. Com o tempo nos tornamos mais fracos, mais acomodados, mais distantes, menos gente. Parece que o tempo vai corroendo todas as nossas boas vontades, e me parece que conseguimos esquecer mais facilmente alguém que amamos.
Com o decorrer do livro fui tomando consciência de coisas que demoraria meses em análise, sim, o soco no estômago veio de uma só vez, e entre choros quietos e soluços abafados, triste e alegre, no final, eu era mais eu.
Certas obras nos fazem lembrar que sem elas estaríamos ainda mais sozinhos e acanhados. Menos sonhadores e mais egoístas. É pena que não nos lembremos disso todo o tempo, é pena que um livro desse não nos caia de bandeija em todos os momentos. É pena que nos esquecemos que somos ruins, mas podemos ser bons em determinados momentos e que maniqueísmo só existe em livro de banca de revista e nas novelas globais.
Nós somos tanta gente e que possamos nos reinventar ainda mais.
Salve, salve Llosa e obrigada.
Um comentário:
Anotadíssimo!
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