segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Contágio


O novo filme do diretor Steven Soderbergh, "Contágio" conta com um elenco estrelar, entre os atores multiglobalizados: os ingleses Kate Winslet e Jude Law, os norte-americanos Lawrence Fishburne, Matt Damon e Gwyneth Paltrow e a francesa Marion Cotillard para contar a história de um novo vírus letal. Até aí nenhuma novidade, mas Soderbergh é sempre um ativista político e sempre que dá, questiona as autoridades sobre tudo. Aqui temos a indústria farmacêutica (que já foi destruída brilhantemente em "O Jardineiro Fiel"), os políticos corruptos, além dos jornalistas sensacionalistas. Uma crítica para com a raça humana, que segundo ele, consegue correr através de notoriedade, dinheiro e fama às custas do sofrimento e da morte de milhões. E vamos combinar, não é só ele que pensa assim.
Para os mais sensíveis as piores cenas são as iniciais, incluindo a cena de escalpamento da personagem de Gwyneth Paltrow (sim, ela morre no começo para alegria dos amantes do cinema). Mas a partir daí, o enredo trava bastante e desperdiça o talento de atrizes do calibre de Winslet e Cotillard e tudo fica meio chato. E só melhora nas últimas cenas quando descobrimos como o vírus foi espalhado.
Não é um filme de ação, não é um filme político, não é drama nem ficção, é apenas entretenimento. Mas sempre fica uma questão: O filme dialoga apenas sobre o contágio do vírus ou fala também do contágio do desrespeito, da insensibilidade, da ineficiência que já se tornaram regras na sociedade humana?

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ser diferente

Eu pergunto: sou muito diferente das outras pessoas? e a pessoa me responde: um pouco.

E me olhando toda, de pequena até esses meus quase 32 anos tenho que admitir que sou diferente da maioria, dessas pessoas que nada se parecem comigo, dessas mesmo que acham importante ter um carro bacana e caríssimo, mesmo que para isso falte comida na mesa, dessas que acreditam que trabalhar glorifica o homem - eu acredito que o amor, a gentileza e o respeito glorificam muito mais - diferente dessa massa que acredita que música é Paula Fernandes e que filme é Transformers e que nada sabem sobre Camille Claudel, Victor Hugo e Roman Polanski, dessas que mesmo tendo oportunidade nunca leram mais de 10 livros durante a vida e que perdem seu tempo assistindo todos os dias a novela e o globo esporte, dessas que acham que poder e dinheiro são as coisas mais finas do mundo e que atos de humilhação e corrupção são normais e diários, dessas que abandonam animais, maltratam mulheres, batem em gays e traem seus companheiros e compartilham com amigos, dessas que se acham o máximo por ter 1000 amigos em redes sociais, mas que não visitam seus familiares e não tomam um café na casa de alguém, dessas que acham que frequentar igrejas é sinônimo de ser bom cidadão, dessas que se escondem, que não sonham, não palpitam, não se apaixonam, não se entregam.

Fico feliz de ser realmente diferente.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Novo blog

Cada dia um autor novo, com trechos de livros e poemas e citações e outras tantas coisas que forem surgindo! Porque o que é bonito tem que ser lido!!!

http://bibliovirtua.blogspot.com/

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Precisamos falar sobre o Kevin - o trailer



Depois de muita espera sai o primeiro trailer de "Precisamos falar sobre o Kevin". Pelo pouco que vi, já deu para entender que o filme não "trairá" o livro - a obra prima.
Ainda não tem data para estréia no Brasil, mas que venha logo, este, que na minha opinião será um dos melhores filmes dos últimos tempos!!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Para tirar o atraso


É bom se perder no que se gosta, e alguns alentos nos dão vazão para continuarmos com tudo o que não está bacana.

Tenho lido alguns livros dignos de nota: "O jornalista e o assassino" não deixa de ser uma obra jornalística escrito por uma jornalista, mas seu enredo parece romance. A reflexão é sobre a ética da profissão, que para mim se resume em ética (no final das contas é uma coisa só). Um assassino que move uma ação contra um jornalista que escreve um livro sobre ele. E aí me perdi toda no enredo super bem contado de Janet Malcolm - comprei outro livro dela sobre a vida de Sylvia Plath, mas os comentários só virão depois de lê-lo.
"Até mais, vejo você amanhã", de William Maxwell é delicadíssimo, mas não acredito que guardarei ele no coração e na lembrança por muito tempo. "A doçura do mundo", da indiana Thrity Unrigar é mezzo piegas, mas gostosinho de ler sem nenhuma pretensão.
Pretensão mesmo eu tenho com o atualíssimo livro de Lygia Fagundes Telles, de 1958, "Ciranda de Pedra", que ainda não havia lido e estou devorando. Como ela é generosa com seus leitores, simples e única, é sempre uma emoção e decepção, porque eu sempre comparo seus livros com O livro dela, "As meninas", marcadíssimo em mim como tatuagem. E já tem o próximo livro guardadinho: "Crash", do controversissimo, J.G. Ballard. Quando assisti o filme baseado em seu livro, e isso aconteceu há muitos anos atrás, me chocou, mas com a idade passando e vendo monstruosidades cada vez maiores, não deve acontecer o mesmo quando eu me deparar com as perversões sexuais e bizarrices de jovens mutilados.

No cenário cinematográfico troquei por hora os filmes norte-americanos (que eu amo - bom deixar claro) pelos "cults" europeus, especialmente os franceses- e sul.-americanos. "Uma doce mentira", é apenas doce e mais nada. O multiglobalizado "Além da estrada", merece uma conferida para se deflagrar imaginando outras paisagens, outras vidas possíveis. "Minhas tardes com Margueritte" é para ser assistido com lenço por perto e para admirar mais uma vez o talentoso, Gerard Depardieu. "Melancolia" é a redenção de Lars Von Trier e a coroação de Kirsten Dunst e por último e mais importante, "Medianeras - Buenos Aires na era do amor virtual" é a surpresa. Ba-ca-né-si-mo.
E depois alguém me explica alguma coisa sobre o "Não me abandone jamais"? Ainda não sei se gostei, só sei que ele não é ruim, mas até aí...

E tenho que admitir que tenho lido revista feminina! Gosto de "Lola". Trouxe algumas reportagens e entrevistas legais, entre elas: Woody Allen, Contardo Calligaris, Marcia Tiburi, Luis Fernando Pondé e Fernando Gabeira. E ainda tem a coluna de gastronomia com a fofa Rita Lobo.

Sobre música? Só não me falem que a Adele é a nova Amy que é capaz de eu vomitar. E estarei aguardando para o final do mês o novo disco de Marisa Monte. Algém me dá de presente junto com a biografia do Polanski?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Por que já sinto falta de Amy Winehouse?


Não só pelo fato de ela cantar riquezas, de cantar lindamente e misturar black & soul & pop. Sinto falta dela simplesmente, como se eu tivesse a conhecido, porque era assim que ela era, nada persona, mas muito gente, verdadeira, sem máscaras, sem esconderijos. Cantava no palco como se cantasse para uma roda de amigos e me doía toda. Quem não teve vontade de morrer "100 vezes" por causa de um amor perdido que jogue a primeira pedra.
Sinto falta de Amy porque estou ficando velha e chata e já não me agrada aqueles que se escondem, aqueles que não se dão completamente, aqueles que fingem ser uma fortaleza imensa e não choram em público, aqueles que dão mais valor ao carro do ano à aprender uma nova canção ou ler um novo livro ou aprender coisas novas.
Sempre gostei dos apaixonados, pela vida, pelo que fazem, os passionais sempre me ganharam mesmo sabendo eu que são eles os primeiros a irem embora. E Amy foi. E eu fiquei e serei uma eterna apaixonada por ela, aquela figuraça de cabelos fartos, maquiagem pesada, magérrima, que gostava de cantar com o pai e se deliciava com Ray Charles, a mesma que por um vazio que só ela sabia o tamanho se envenenou e morreu.
Ah, e o mundo precisaria de tantas Amys para ser um bocadinho melhor...