terça-feira, 29 de setembro de 2009

A tal psicóloga e Cazuza


O e-mail abaixo que recebi de um tio, coloco na íntegra, para falar a respeito dele depois.

E-MAIL:

Psicóloga x Cazuza!

Esta mensagem precisa ser retransmitida para todas as FAMÍLIAS
Uma psicóloga que escreveu, corajosamente algumas verdades.
Uma psicóloga que assistiu o filme Cazuza escreveu o seguinte texto:
'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa
estarrecedora . As pessoas estão cultivando ídolos errados..
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um
marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à
margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir
(ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que
nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos.
A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai
preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr
solta.
São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma
grande gravadora.
Existem vários talentos que não são revelados por falta
de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro,
admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso.
Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença
entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e
outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz,
principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei
conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas,
participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas,
já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente
importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão
transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?
Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever
nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.
Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi
consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza
teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO
quando necessário?
Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .
Não deixem seus filhos à revelia para que não
precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é
educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi a pessoa
que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois
amigo não diz SIM sempre.'

Karla Christine
Psicóloga Clínica
Leu ?
Concorda com a psicóloga?
Então faça sua parte divulgue.

Fiquei sabendo, depois de dar uma procurada na internet que esse e-mail também foi repassado como se fosse de uma mãe e um pai transtornados por seu filho ter assistido o filme sobre Cazuza. Não sei se deveria perder o meu tempo divagando sobre esse assunto, mas como já disse Clarice Lispector (a quem Cazuza admirava): "O que obviamente não presta sempre me interessou muito".
Se a pessoa que escreveu esse e-mail realmente for psicóloga, seu Conselho Federal de Psicologia deveria ser cassado. Como psicóloga sei qual é o código de ética da categoria. Preconceito na nossa profissão é "crime". E o que ela escreve é um monte de conceitos não fundamentados, e se fundamentados, apenas com as suas crenças pessoais e não como categoria, logo, ela deveria ter escrito como uma cidadã e não como psicóloga.
Na Psicologia não há o certo e nem o errado, há a subjetividade humana e com ela derivações sem fim. O psicólogo assim como qualquer cidadão de bem deve ensinar, educar e fazer com que as pessoas pensem por si mesmas, que elas próprias descubram o que elas procuram.
A pessoa se refere à Cazuza como uma personalidade desregrada. Será que com isso ela quis dizer também que era desregrada porque Cazuza era homossexual, usava drogas e era portador do vírus da AIDS? Acho que ela não quis pegar mais pesado do que pegou, então essa parte ficou só nas entrelinhas...(aposto que os pastores das igrejas evangélicas adoraram seu e-mail - só faltou dizer que ele morreu porque merecia). Pois bem, cito alguns nomes - só alguns - de personalidades desregradas: Janis Joplin, David Bowie, Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Mick Jagger, Salvador Dalì, Jim Morrisson, Marlon Brando, James Dean, Paul Verlaine, Amy Winehouse.
Se eu tivesse filhos, diria a eles para enaltecer e cultuar essas pessoas, porque à margem da sociedade, elas fizeram a sociedade inteira pensar, amar, dançar, se deslumbrar, e mais do que isso, sonhar. Não há vida mais injusta do que aquela que não há sonho.
Pais deveriam se revoltar com filhos dia e noite na frente de um computador, celebrando ídolos torpes, passageiros, em resumo, lixos, como uma Xuxa que tem 50 anos, mas se comporta como uma garota de 15, Sandys e Juniors que em nada acrescentam, funks das bundinhas, tudo sem o menor conteúdo.
E como cansei de gastar meu verbo, cito agora a jornalista e escritora Martha Medeiros, sobre o mesmo e-mail:

"Não há razão pra temer os desiguais. O autor anônimo do texto diz, a certa altura, que ficou horrorizado porque sua filha assistiu o filme e foi preciso conversar muito com ela para explicar que usar drogas, beber até cair e participar de bacanais não são coisas certas. Concordo que não é um estilo de vida dos mais saudáveis, porém entre o certo e o errado há muitas outras coisas, com dizia o próprio Cazuza, e não podemos fingir que o mundo é composto apenas de super-heróis imunes a fraquezas, a curiosidades e a ímpetos que nem sempre estão dentro dos padrões.
O que importa na vida de um artista é sua arte, é o que ele deixa de legado. Biografias, filmadas ou escritas, servem apenas para entender a época em que ele viveu, quais eram seus conflitos, qual a fonte de sua inquietação. Ao se contar uma história de vida, seja ela qual for, humaniza-se o personagem. Será que foi essa explicação que a menina adolescente recebeu depois de assistir o filme, ou será que ela recebeu uma bela lição de maquineísmo? Meu caro anônimo, há muitas formas de se ministrar uma educação errônea. Citar Cazuza como ídolo inadequado é de uma miopia desoladora. O que dizer de vários ídolos pré-fabricados que nada acrescentam artisticamente, que não emocionam nem instigam, apenas vendem sandalinhas? Deixemos os artistas, os verdadeiros, os realmente inspirados, experimentem a desobediência, testem seus próprios limites, busquem a vida nos buracos sujos onde ela se esconde. Todos aqueles que pintam, dançam, cantam, escrevem, e atuam com as veias saltadas, com sangue quente, com a alma aos gritos, estão na verdade ajudando a revelar a nós mesmos, cidadãos acima de qualquer suspeita".

E pra terminar, como dizia o poeta: "Todo amor que houver nessa vida pra vocês".

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Histórias de amor


Demorei um pouco, mas prestigio hoje, aqui, minha grande amiga - irmã, em mais uma de suas empreitadas. Daniela Álvares pruduziu e roteirizou ao lado de sua prima, Carolina Ferraz, algumas histórias de amor, que a própria Carolina protagonizou.
Com histórias, cenários e figurinos simples, o que realmente emociona é o talento das duas e do resto da equipe. (Deixo um beijo grande aqui também para Luiza Zanoni, responsável pela câmera).
São pequenas histórias: engraçadas, trágicas, tristes, desesperançosas/esperançosas, assim como é o amor, a vida e todo o resto.
Vale a pena assistir. Deixo o link de uma dessas historinhas, talvez, a minha preferida.
E deixo meu super beijo pra você, Dani, que tá sempre perto de mim, mesmo longe, trabalhando feito uma louca!

http://www.youtube.com/watch?v=24sbBbvVP98

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Fernanda Takai e a nova música brasileira


Comprei avidamente o DVD da Fernanda Takai, "Luz Negra". O título do dvd (e do cd) que dá nome ao show é uma música de autoria de Nelson Cavaquinho, e é lindamente interpretada pela vocalista do Pato Fu. Sou fã da banda desde o show que assisti deles no Hollywood Rock, há muitos anos atrás; depois desse ainda vi o show de divulgação do álbum "Ruído Rosa" no Sesc e o que percebo ouvindo os discos, acompanhando a carreira e assistindo alguns shows é que eles nunca perdem o frescor, estão sempre se inovando e misturando sons e batidas diferentes.

Fernanda Takai já lançou seu disco solo há algum tempo e só agora saiu a gravação do show, que não fui ainda, mas pretendo. O disco contém regravações de músicas que foram cantadas por Nara Leão no auge da bossa nova, mas no show ela inova (mais uma vez) e mistura bossa com, por exemplo, "Ordinary World", de Duran Duran, dos anos 80 e é inevitável não sorrir. Como é de costume, tem música dos dois compositores mais gravados no Brasil: Chico Buarque e Caetano Veloso. Do primeiro, "Com açúcar, com afeto", de Caetano (e Gil), a pouquíssimo conhecida: "Lindonéia".
Partes interessantíssimas e emocionantes vêm também com a marchinha de carnaval, "Ta-Hi (pra você gostar de mim)", "Diz que fui por aí", de Zé Ketti, "There Must Be An Angel", composição de Annie Lennox, e a lindinha "Você já me esqueçeu", de Fred Jorge.

Além do repertório, as participações de John Ulhoa, parceiro de banda e da vida e a bateirista e percussionista Maria Portugal. Uma direção de arte impecável, um cenário simples que na telinha se reveza entre o preto e o branco e o super colorido, e a simpatia de Takai.
Ouvi-la é ouvir o potencial da música brasileira hoje, e com isso ter certeza de que não precisamos viver do passado dessa mesma música.

sábado, 19 de setembro de 2009

E de novo o cigarro


Voltando ao assunto sobre a lei sobre a proibição do cigarro, já que postei, não acerca disso, mas citando essa problemática, se assim pode-se denominar, queria deixar alguns outros comentários, não como fumante, mas como psicóloga, especializada em psicanálise e psicossomática.

É inegável que o cigarro é um fator de risco para a obtenção de um câncer, mas a psicossomática já provou que apenas esse fator isolado não é determinante. Como não pretendo dar aulas teóricas sobre o assunto, cito grosso modo e de maneira até simplória, casos que conhecemos, pessoas que nunca fumaram e morreram de câncer e pessoas que fumaram a vida toda e morreram de velhice.
O câncer para ser adquirido precisa de algo mais, que na psicossomática nós chamamos de "má- mentalização". Sem ela, não há câncer, como não há gastrite, gripe, reumatismo, dores de cabeça e outras 90% de doenças que lotam consultórios médicos.
A pergunta que me fazem é: Se a psicossomática tem as respostas para a maioria dos males que o corpo adquire, por que continuamos a tê-las? Por que a população em geral não sabe de nada? E mais uma vez - já disse nesse blog - que não é do interesse do Conselho Federal de Medicina e nem das poderosas indústrias farmacêuticas que a população descubra que quase tudo pode ser curado num consultório de um psicossomatista. E a grana que iam perder? E os médicos, viveriam do quê?

Não descarto o fator genético, o biológico que aliado ao fator psicológico forma o que chamamos Humano, mas ao contrário de mim, os biólogos, geneticistas não abrem mão de suas verdades absolutas, de suas crenças medievais, de seus estudos retrógrados.

Isto não é uma apologia ao cigarro, é apenas um desabafo de uma pessoa cansada de ouvir as mesmas falácias pelas mesmas pessoas todo o tempo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Atualidades

Ultimamente ando preferindo um filminho bobo da Julia Roberts à Antonioni, revistas de informações passageiras à Cult e Bravo da vida, livros de crônicas cotidianas aos intelectuais-filosóficos-chatos.
Quero deitar na cama sem grandes dores de cabeça ou dúvidas existenciais, poder comprar meu whisky sem perder qualquer tipo de paz, ganhar meus beijos da noite e dormir de conchinha e tranquila, e poder me sentir feliz sem mais.
Muitas vezes, o conhecimento - qualquer tipo dele - pode ser uma grande chatice.
Verdade seja dita, quem admite isso nos dias atuais?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Terminator: The Sarah Connor Chronicles


Para se falar sobre máquinas o melhor contraponto é dizer sobre o humano. E essa é a idéia e a genialidade da série de TV norte-americana, "O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor".

Todos conhecem a série de filmes que deu origem ao roteiro de televisão. Os primeiros com o governador austríaco da Califórnia e os outros, bem ruins. Na minha modesta opinião, o melhor é ainda o primeiro. Os efeitos especiais não eram tão incríveis, mas o filme focava não nas máquinas, mas em uma mulher: Sarah Connor. A personagem principal dos filmes (mesmo dos quais ela não participa) e da série, é a ruína e a glória/salvação da humanidade confrontada com máquinas poderosas. O apocalipse é aquele bem parecido com o da bíblia, a mão de Deus estendida que encontra a do Homem da Capela Sistina é a mão da mãe de John Connor, o líder dos humanos. E "As Crônicas de Sarah Connor" é uma obra de arte sobre a condição feminina - seja no passado, no presente ou no futuro - é a apresentação das várias faces femininas. É a Virgem Maria e Maria Madalena juntas (simbólicamente falando, já que não acredito que nenhuma delas tenham existido, ou mesmo a bíblia e o apocalipse - sempre bom deixar claro).

Diz o jornal, The New York Times, sobre a série: "Uma das ficções científicas mais humanas. Tenso, assombroso, relevante". Sem dúvida, muito mais relevante que o último filme Exterminador do Futuro, sem dúvida, muito mais assombroso que vários dos últimos filmes de ficção científica, sem dúvida, muito mais sensível e encantador que centenas de filmes dramáticos. Dezenas de vezes encontramos a face do humano, a simbologia de toda a dor, delícia, capacidade, sofrimento e maldade em obras que supostamente seriam apenas de entretenimento. Pois bem, "O Exterminador do Futuro" - a série - é um dos mais belos retratos que assisti sobre a mulher nos últimos tempos.
Se nada disso que escrevi fez quem me leu, ter vontade de alugar/comprar a série, o bônus é a beleza estonteante da atriz que faz o papel de Sarah Connor: Lena Headey.
Não tem como melhorar. E eu já estou esperando a segunda temporada nas locadoras ansiosamente.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Todo dia é tudo sempre igual

Ontem, deitada na cama, mais adormecida do que acordada, "escutava" o Fantástico. Em duas reportagens seguidas, o programa da TV Globo falava sobre a alimentação adequada e mais tarde vinha o Dráuzio Varella para continuar a chatice e comentar com cara séria de médico, que determinadas comidas são mais propícias para que o homem tenha câncer.
Tem uma música de Marisa Monte que foi gravada por Cássia Eller, chamada "Palavras ao Vento". Palavras ditas com o intuito de acreditarmos piamente mas que não dizem absolutamente nada de concreto e importante.
Primeiramente, há muitas especulações sobre o câncer, mas nada determinado e positivista que nos dê segurança, dito isso, já digo que depois da proibição do fumo em determinados lugares (quase todos), o "garoto-propaganda", Dráuzio me deixou a imagem de "dono-nazista-da-verdade". Não quer fumaça na sua cara? Não compareça num bar cheio de fumantes. Isso é óbvio e claro, e adoro dizer que todos os colunistas da Folha de São Paulo me apóiam.
E a outra coisa que eu queria dizer é que todo mundo com um mínimo de informação, sabe quais as comidas que fazem bem e quais fazem mal, a gente não precisa ouvir esse blá blá blá toda semana.
Mas falta dizer pra esse povo que a vida é difícil, que a gente trabalha, que a gente ganha pouco, que temos problemas todos os dias pra resolver e que nesse caso, a gente prefere viver um pouco menos e continuar com as nossas cervejas, o nosso whisky, o cigarrinho e a carne de porco. Porque para aguentar esse país e seus políticos e seus médicos 'geniais' a gente precisa de um escape.
Não falo por todos, apenas por mim, mas prefiro morrer de câncer do que de tédio.
E nos dê algum descanso...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Receitinha


Como estou virando uma dona de casa também, posto uma receita de um bolo simples e delicioso.
Se alguém fizer, escreva o que achou!

Bolo Verde

1 caixa de massa para bolo, sabor laranja.
1 pacote de gelatina, sabor limão.
3 ovos.
1 xícara de óleo.
1/2 xícara de água fervendo para derreter a gelatina.

Modo de preparo:

Bater no liquidificador e cobrir depois de pronto com leite condensado misturado com caldo de limão.

Bom apetite!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Notas


José Saramago já escreveu em seu blog que seu novo livro tá vindo aí. Vai se chamar "Caim". Conhecendo um pouco o escritor português, pode se esperar outra crítica religiosa ferrenha. Tô ansiosa e no aguardo. E salve Saramago.

O filme "Budapeste" não é lá grandes coisas, às vezes dá um tremendo sono. O ponto alto mesmo é a cidade de Budapeste. Dá vontade de pegar um avião e ir hoje!!