terça-feira, 31 de março de 2009

Ela


Fui conferir "Ele não está tão afim de você".
Bonitinho, um pouco longo, mas tem ela, e ela é linda e genial e supersexy sempre.

sexta-feira, 27 de março de 2009

In Dreams

A menina passa por mim com uma rosa branca presa no cabelo preto escorrido, calça jeans rasgada, camiseta suja e tênis maltrapilho.
Senta num bar imundo, acende um cigarro e pede uma cerveja. Brinda sozinha pelo dia cansativo, pela noite fétida que virá, pelos sonhos mutilados com o tempo e passa a mão nas rugas que já se formam perto dos olhos e sorri um sorriso amarelo, quase perdido.
Mas ela ainda sorriu e ainda tem uma rosa.
Que venham os dias...

domingo, 22 de março de 2009

Só por causa de você

-Você acredita no amor?
Às vezeu eu acredito que o amor morre, mas que a esperança é a última que morre. Às vezes eu acredito que a esperança morre, mas que o amor permanece. Às vezes acredito que o sexo e a culpa geram o amor, e às vezes eu acredito que o sexo e a culpa geram um bom sexo. Às vezes eu acredito que o amor é tão natural quanto as marés, e às vezes eu acredito que o amor é um ato de pura vontade. Às vezes eu acredito que algumas pessoas se saem melhor no amor que outras, e às vezes eu acho que todo mundo está fingindo. Às vezes eu acredito que o amor é essencial e às vezes eu acredito que o único motivo que o torna especial é o fato de que, se você não o tem, você passa todo o seu tempo procurando por ele.
-Sim, acredito.
(Para você).

sexta-feira, 13 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona


Acho que a maioria cataloga esse filme como comédia, mas em mim doeu. Muito.

domingo, 8 de março de 2009

Escapismo necessário


Só consegui assistir "O Leitor" (The Reader) no cinema hoje, mas valeu a espera.
Mas eu não quero escrever o que a maioria anda escrevendo sobre o filme: a atuação de Kate Winslet. Isso para quem entende de cinema, sabe que a atriz britânica é brilhante, seja qual filme ela esteja presente. Quase unanimidade.

Eu sai do cinema quase agora e ainda estou paralisada, emocionada, intrigada a respeito da história contada com uma sensibilidade incrível. E são nesses momentos que eu gosto de escrever.
Do que se trata o filme? Eu não sei bem responder. Alguns podem ter uma resposta pronta, mas acredito que ele trate - pelo menos pra mim - sobre o amor pela arte. Nesse caso, a arte da literatura, ou o amor pela literatura, ou mesmo o amor que se instala entre as pessoas através de gostos e encantamentos pelo que os emociona.

Sempre acreditei que a arte nos redime das nossas vidas difíceis, da realidade dura, crua e nua, dos traumas, das insanidades cometidas dessa civilização, das guerras, do trânsito caótico, do trabalho árduo, da pouca grana, da insensibilidade de muitos, do nosso olhar viciado e tantas outras coisas que tornam nossas vidas muito, muito complicadas. É um novo olhar, uma nova perspectiva, é o sonho da realidade, é a imaginação, a poesia que nos liberta dessa nossa condição humana tão arcaica.
Muitas vezes pergunta-se a intelectuais para que serve a arte e logo escutamos discursos longuíssimos e chatos. Mas a resposta (ou respostas) podem ser tão mais simples, porque não se trata de dialéticas ou charadas, mas de olhares, da subjetividade humana de criar escapismos tão fundamentais para enfrentarmos os nossos problemas diariamente. É uma forma de respirar um outro ar, não tão poluído.
O filme não é maniqueísta, não faz julgamentos, não censura posturas, nem é focado em questões morais. Ele é livre de intenções éticas, assim como a arte de forma geral. A arte é, felizmente, anarquista, não é elitista, como pensam muitos, ela é popular, é geral, é coletiva. Encanta pobres e ricos, culturas de todo canto do mundo, e assim deve ser.
Então, quem me lê nesse blog e como eu, gosta de cinema, de literatura, da arte, e ainda não viu o filme, corra para o cinema e se esconda um pouco do cotidiano perverso que estamos inseridos.

"Temos a arte para que a verdade não nos destrua". Nietzsche.

"Seja qual for o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim". Freud.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Se eu sofrer por você, você me ama?


Ultimamente tenho atendido alguns pacientes e conversado com alguns amigos sobre amor e relacionamentos. E o que me espantou foi que eles possuem características semelhantes: para sair de uma vida depressiva e traumática, se envolvem com pessoas problemáticas ou que não demonstram tanto amor por elas para que a vida se transforme num turbilhão de sentimentos, que possibilita não lidar diretamente com a dor. Previnem a depressão através da agitação criada por um relacionamento instável.

A maioria dessas pessoas vêm de lares desajustados em que suas necessidades emocionais não foram satisfeitas e como consequência, tentam suprir essas necessidades através de outra pessoa, tornando-se superatenciosas, principalmente com parceiros carentes. Na infância não puderam transformar seus pais em pessoas atenciosas e afetuosas, então reagem ao tipo de parceiro inacessível para transformar a pessoa através do seu amor.
Com medo de ser abandonadas, essas pessoas fazem qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento, arcando com a responsabilidade, a culpa e as falhas dele (a culpa nunca é do outro). Na maioria das vezes apresentam também, auto-estima baixa e acreditam que não merecem ser felizes, ao contrário, acreditam que devem conquistar o direito de desfrutar da vida.
Outra característica é que essas pessoas estão muito mais em contato com o sonho de como o relacionamento poderia ser que com a realidade da situação (como já disse Cazuza: adoro um amor inventado).

E mais do que toda essa dor suportada, chamam isso de amor. Isso não é amor, é transferência pura.
Relacionamentos nunca são fáceis, mas alguns são extremamente chocantes, porque nos confrontamos com tudo aquilo que em teoria, a gente diz que nunca faria.
Não? Boa pergunta.

"Baby, baby, por favor não se vá
Acho que estou me embriagando na minha depressão" - The Last Blues Song.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Qualquer palavra


The teenage queen
The loaded gun
The drop-dead dream
The Chosen One
A southern drawl
A world unseen
A city wall
And a trampoline.


Palavras soltas de apenas mais uma canção. Palavras sem conexão manifesta, que traduz tudo o que eu sinto agora.
Nós somos sempre o latente.

domingo, 1 de março de 2009

And now?

Eu fico me questionando: de onde vem a tristeza que nesse momento estou sentindo?
Algum vazio que eu não sei nomear e que me preenche e que faz lágrimas escorrerem pelo meu rosto, que me faz querer ficar sozinha, que me faz ter vontade de nada, que destrói pensamentos e sentimentos bons em segundos, que desmancha esperanças em pouquíssimo tempo.
Eu sei que eu sonhei com você, pai. É isso? Será que os fantasmas das pessoas queridas vão continuar me perseguindo por todo o tempo.
O que eu faço disso que não consigo dizer?
Tristeza barata e vagabunda.