Uns dois meses atrás li na coluna semanal de Contardo Calligaris na "Folha de São Paulo" sua admiração pelo livro do historiador Boris Fausto: "O Crime do Restaurante Chinês", e por este fato particular, resolvi ler o livro.
Não me decepcionei, porque a obra é sobre um fato ocorrido na década de 30 na cidade de São Paulo, mas podemos entender o livro, e lê-lo como literatura, e das boas. Depende da preferência de quem lê.
Boris Fausto decidiu contar essa micro-história porque o crime citado o afetou quando criança, e nós sabemos que sempre existem histórias que povoam nossa imaginação infantil, por vários motivos, sejam elas explicáveis ou não.
O crime que Fausto se refere não é algo excepcional em termos de grandiosidade, comparado à outros crimes cometidos na maior cidade brasileira, mas através dele conseguimos visualizar aspectos muito parecidos com a época atual.
As pessoas assassinadas eram imigrantes chineses e trabalhadores lituanos, e o suspeito da atrocidade - que permaneceu na cadeia por quatro anos - negro. Não havia contra ele provas consistentes, mas pressionada pela mídia, a polícia sem outros suspeitos, deteu e através de humilhações físicas e psicológicas, obteve do suspeito a confissão do crime.
Como as coisas não mudam de um dia para outro, há de se pensar e ter um certo receio que tais barbaridades aconteçam atualmente, não só no Brasil, mas mundialmente.
A polícia tem que mostrar trabalho, seja ele a verdade ou uma história inventada. (vide o filme que aqui postei de Clint Eastwood: "A Troca").
Mas mais que isso, a obra de Boris Fausto mostra que eventos que parecem a primeira vista indiferentes e que não possuem ligação com o crime em si, como a copa do mundo e o carnaval daquele ano, podem e de fato interferem no resultado final de um júri popular.
Escrevi neste blog algumas vezes sobre a morosidade e ineficiência da justiça. Este livro confirma as minhas afirmações. Só existe justiça aos que podem pagar por um resultado favorável.
O crime do restaurante chinês, aparentemente pode parecer insignificante diante de outros crimes hediondos, mas é o retrato da ineficiência da justiça brasileira em relação às minorias étnicas e econômicas.
É o retrato triste dos anos 30 que, infelizmente, não se modificou com o passar das décadas.
Texto dedicado à K. que cada vez mais se interessa pelos meus interesses e faz de mim uma pessoa mais dedicada e compromissada.
Não me decepcionei, porque a obra é sobre um fato ocorrido na década de 30 na cidade de São Paulo, mas podemos entender o livro, e lê-lo como literatura, e das boas. Depende da preferência de quem lê.
Boris Fausto decidiu contar essa micro-história porque o crime citado o afetou quando criança, e nós sabemos que sempre existem histórias que povoam nossa imaginação infantil, por vários motivos, sejam elas explicáveis ou não.
O crime que Fausto se refere não é algo excepcional em termos de grandiosidade, comparado à outros crimes cometidos na maior cidade brasileira, mas através dele conseguimos visualizar aspectos muito parecidos com a época atual.
As pessoas assassinadas eram imigrantes chineses e trabalhadores lituanos, e o suspeito da atrocidade - que permaneceu na cadeia por quatro anos - negro. Não havia contra ele provas consistentes, mas pressionada pela mídia, a polícia sem outros suspeitos, deteu e através de humilhações físicas e psicológicas, obteve do suspeito a confissão do crime.
Como as coisas não mudam de um dia para outro, há de se pensar e ter um certo receio que tais barbaridades aconteçam atualmente, não só no Brasil, mas mundialmente.
A polícia tem que mostrar trabalho, seja ele a verdade ou uma história inventada. (vide o filme que aqui postei de Clint Eastwood: "A Troca").
Mas mais que isso, a obra de Boris Fausto mostra que eventos que parecem a primeira vista indiferentes e que não possuem ligação com o crime em si, como a copa do mundo e o carnaval daquele ano, podem e de fato interferem no resultado final de um júri popular.
Escrevi neste blog algumas vezes sobre a morosidade e ineficiência da justiça. Este livro confirma as minhas afirmações. Só existe justiça aos que podem pagar por um resultado favorável.
O crime do restaurante chinês, aparentemente pode parecer insignificante diante de outros crimes hediondos, mas é o retrato da ineficiência da justiça brasileira em relação às minorias étnicas e econômicas.
É o retrato triste dos anos 30 que, infelizmente, não se modificou com o passar das décadas.
Texto dedicado à K. que cada vez mais se interessa pelos meus interesses e faz de mim uma pessoa mais dedicada e compromissada.
3 comentários:
Essa crime só gerou estupefação porque foi uma chacina. Hoje em dia se um chinês ou imigrante morre vira notinha pequena na parte detrás do jornal, parte que ninguém lê.
Eu amei o livro, como vc disse nem parece realidade mas sim, ficção, literatura. Esse cara é genial e vc é ótima ´por perceber rápido quem é genial.
Beijo diva.
eu li esse livro no começo quando li que era um crime lá da decada de 30 já fiquei meio desanimado, mais quando eu fui lendo deu mais vontade de continuar ler, e um livro onde voce se prende nele só larga quando acaba, quem faz faculdade de direito e para quem nao faz e um bom livro
voce ta d parabens
bjuss
toh ti seguindo
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