sexta-feira, 25 de junho de 2010

O meu querer é muito

Estava lendo "Cascos & Carícias & Outras Crônicas", da maravilhosa, Hilda Hilst e duas passagens me marcaram mais profundamente, que são coisas que penso e pra mim dificílimas de serem escritas, embora eu tenha tentado ao longo desse blog, mas a poeta fala por mim com sua ironia característica e seu talento inquestionável:

"E o que há de cretinos e boçais pelo mundo afora é assustador! O que há de jingado alienado e acefalia também. O que há de maldade e grosseria. O que há de tara, de loucura, aquela babando verde, a outra, a estupidez, a bestialidade, a frivolidade...o que há de imbecis e escrotidão! E todo mundo malhando...coxas, bíceps, e boquitas e caras todas esticadas...socorro!!!!"


"Outra coisa. Não encham mais o saco dos fumantes atordoando-os com isso de que cigarro mata. Tudo mata, negada. Além de você não poder mais fumar foder beber comer, o que mata mesmo é a mentira, o faz-de-contas, a cara-de-pau...o que mata é sem-vergonhice, coligações de aço, grilhões, esses impossíveis de romper..."


É isso: quero gente ao meu lado que fume e não minta, que fume mas seja decente e se possível, com a bunda caída. Quero gente com coração e inteligência. De resto, é nada.

2 comentários:

Nina disse...

que saudades da maneira da hilda de escrever. vamos todos gritar por socorro!!!!

Helena disse...

Seu "querer" é bonito porque é poético, é ardente, é apaixonado.
Tim-tim a você.
Beijos.