terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ah, no tempo da minha vó...

Entrei no Twitter porque esperava encontrar pessoas bacanas e mais do que isso, pessoas com conteúdo. Saí dele menos de 15 dias depois.
Eu continuo falando com as pessoas de conteúdo por e-mail, telefone e outros meios bem menos cansativos. No Twitter tudo é artificial, beira o desmesurado, o exagerado. Todo mundo quer ser importante, quer aparecer e ter seus minutinhos de fama, seguir as "celebridades" e obter delas alguma atenção. "Celebridades" essas que não têm nada à acrescentar. Gente burra, estúpida mesmo e que escrevem mal com aqueles vícios já impregnados de gente que não sai da internet. Qual o meu interesse em obter informações do tipo: "estou indo dormir", "vou para academia", "estou de pijamas listrado". Ah, que chatice. E pior, onde foi que nós chegamos com esse interesse pífio?

Minha teoria é que as redes sociais proliferam tanto porque as pessoas se sentem cada vez mais sozinhas, mesmo acompanhadas por seus companheiros, filhos e amigos. Não nos basta o que temos, temos que ir mais fundo (ou mais raso, no caso) e a procura de atenção é para nos sentirmos um pouco menos insignificantes e nos destacar da multidão. Exatamente porque as pessoas têm dificuldades de entender que somos insignificantes e que somos só mais um no meio de todos, que somos importantes apenas para meia duzia de gente, os mais próximos que têm nossos números de telefone e aparecem para tomar café em nossa casa.

Há uma busca de sentido incessante, de divertimento precário, de falta do que fazer, de loucura mesmo. Para "ser alguém" hoje, você tem que portar vários aparelhos celulares, postar sua vida inteira em algum lugar, tirar fotos tantas que ninguém tem paciência para olhar e ser rodeado de mil "amigos" que você nunca viu ou conversou.

Não sou ninguém. Tenho apenas um celular e uma vontade imensa de me livrar dele. Gosto das minhas fotos impressas e no álbum convencional (e retrógrado) e minha intimidade não é para todos. Não ligo a mínima para 15 minutos de fama, nem fama alguma. Minha loucura é outra, bem outra. Mas nem vou falar dela, porque ninguém está interessado em ler, porque está fora de moda e não atrai público. Meus interesses e minha vida são um filme independente que quase ninguém assiste enquanto a maioria quer ser "Avatar".
Cada um na sua. Mas eu tenho um medo incrível desse futuro insosso que nos espera, ou melhor, desse presente que já chegou.

4 comentários:

Rodrigo Miranda disse...

Flor, já foi assistir A rede social? é um filme interessante. Além disto, olhe este blog que fala sobre algumas questões interessantes: http://www.oesquema.com.br/conector/

besos

Roberto Lázaro disse...

Pois é eu também não tenho nada dessas coisas aliás nem celular eu tenho. Sou como você - ninguém - e adoro.

Daniel Saes disse...

Coisas e pessoas desinteressantes estão em todos os lugares, cabe a nós escolhermos direito onde pisar e tirar o máximo proveito disso.

Eu não sou como você, na maior parte do tempo não como ninguém embora esteja sempre tentando comer a mim mesmo! RÁ (parafraseando-te)

Seu recado sincero, cheio de ternura e afeto foi dado a irmã de nossas progenitoras!

Desejo-te no ano vindouro a saudavel renovação de nossas tristes alegrias e quem sabe alguma boa novidade!

Beijo doce, meu terno amor!

Dani

Anônimo disse...

Nada mais sincero e certeiro. Sinto-me escrava desse tipo de rede social, pois se você não faz parte, parece um ser de outro planeta. Pelo menos podemos escolher quem seguir.