Frequento uma rede de Cinema em Campinas em que o público-alvo se delicia com filmes europeus e sul-americanos em sua maioria, e dentro desse cinema há uma biblioteca que não precisa de carteirinha ou algo parecido, você pode levar qualquer um para casa e eles confiam que existirá uma devolução, assim como esperam doações. Pelo que eu já vi, o acervo deles cada vez cresce mais e eu já retirei alguns bons livros de lá. E são nessas horas que ainda acredito que há ser humano decente em quem pode-se confiar. Mas a postagem aqui é literária: dia desses li uma obra que não tinha ouvido falar, e sua autora, uma completa desconhecida pra mim: Cães de Babel, de Carolyn Parkhurst e simplesmente me apaixonei pelo livro. Muito bem escrito, Carolyn desenvolve uma trama tocante sobre perda, dor e algumas formas incomuns de luto. Não sei se estava sensível, mas chorei baldes no final (no meio também) e o livro se tornou um dos meus preferidos dos últimos meses.
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Antes de "Cães de Babel", li com muito entusiasmo o provocante e extremamente triste, "A Visita Cruel do Tempo", da vencedora do Pulitzer, Jennifer Egan e estou a caça de outros títulos da autora porque é impossível esquecer do enredo facilmente quando você se confronta com o passar do seu próprio tempo, com as tristezas e amarguras acumuladas durante uma vida, dos sonhos mutilados, da beleza e juventude que se acabam, do horror que pode ser a vida em determinados momentos, das escolhas erradas e da solidão que se acumula dia pós dia. Segundo o Los Angeles Times: "O melhor livro que você terá nas mãos". Não tenho dúvida.
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Neste momento em que escrevo no blog, leio com voracidade um livro policial da mesma criadora dos personagens de uma das séries mais fantásticas que tive contato, a inglesa "Wire in the Blood" que passava na HBO anos atrás e que permaneceu no ar por seis anos. Nome do livro: "Sombras de um Crime". Autora: Val McDermid. Completamente impossível não ler rapidamente e com um sorriso nos lábios.
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E para finalizar comprei o livro da Editora Sextante, "1001 livros para ler antes de morrer" e fiquei impressionada como li pouco dessas obras em que os colaboradores reuniram no livro. É claro que tudo é uma questão subjetiva e de gosto, mas confesso que achei estranho não ter nenhuma obra de Sheakespeare, apenas os primeiros livros de José Saramago, um único livro de Fernando Pessoa, e acreditem, "Veronika decide Morrer", de Paulo Coelho. Mas, o próximo da minha lista interminável de livros é um dos "1001", que era do meu pai e eu resolvi encarar: "A Fogueira das Vaidades", de Tom Wolfe, e não, eu não assisti ao filme de mesmo nome!
Concordando ou não, o mais importante é continuar lendo e vislumbrando outros mundos, outras pessoas, sonhos que só quem gosta de livros sabe que é possível. Fora isso, tudo é realidade.