De tanto falarem deste filme francês, do diretor Gaspar Noé, fui conferir, apenas em DVD há algum tempo atrás. O filme trás um elenco de peso: Monica Bellucci, Vicent Cassel e Albert Dupontel. Quem não assistiria? Com um título desse, com um elenco soberbo e francês, cult, com críticas mezzo boas, mezzo bem ruins...só conferindo.
O primeiro filme de Noé, "Sozinho contra todos" de 1998, só passou aqui pelo Brasil, em salas e festivais obscuros, mas já neste filme, o diretor mostrou a que veio: cenas pesadas, que o espectador assíduo de filmes norte-americanos nem sonha ver.
Irreversible não é diferente, ele pode ser uma pedra no sapato, um soco no estômago de muita gente. Em sua primeira exibição, no festival de Cannes, em 2002, arrancou dos críticos o que deve ter soado como elogios: "Repulsivo!", "Doentio!", "Gratuito". Pois bem, Irreversível é tudo isso e pelo mesmo motivo, no mínimo, merece atenção.
A história é contada de trás pra frente, sem cortes, sem trilha sonora, o filme é seco. De início, assistimos Albert Dupontel esfacelar o rosto de um homem com um extintor de incêncio, quando digo assistimos, toma-se literalmente ao pé da letra, sem nenhum glamour, e com barulhos curtos. Chega a ser tão cruel quanto no filme do polonês Kieslowski, "Não Matarás", quando o assassino mata com uma pedra na mão e muitas pedradas na cabeça. Mas, o cruel ainda está por vir no filme de Noé.
Durante dez minutos sem cortes, assistimos a cena de estupro, dolorosamente, com uma câmera parada, mais ou menos com a intenção de ter sido esquecida ali para nos mostrar o quão cruel é para a vítima de estupro, tal ato.
Noé força os sentidos do público, mas na verdade quer fazer uma fábula sobre o destino. A montagem ao contrário casa com uma frase que é dita tanto no início quanto no fim do filme: "O tempo destrói tudo". A cada retrocesso no tempo, a história vai ficando mais leve, feliz, o que acaba impondo a idéia da impotência, e de tristeza, diante do destino dos personagens. A cada cena que passa, o filme pergunta por que as coisas não aconteceram de outra forma, por que não tomaram outro rumo, por que nós somos vítimas do destino? O tempo é o inimigo, o destino destrói tudo. O tempo é irreversível. E quem tem a resposta?
Este não é o primeiro, nem o último filme que vai escandalizar o público, virão outros.
Na minha modesta opinião, vale cada segundo, porque a violência nunca é gratuita e só em filme de Hollywood é mascarada.
O primeiro filme de Noé, "Sozinho contra todos" de 1998, só passou aqui pelo Brasil, em salas e festivais obscuros, mas já neste filme, o diretor mostrou a que veio: cenas pesadas, que o espectador assíduo de filmes norte-americanos nem sonha ver.
Irreversible não é diferente, ele pode ser uma pedra no sapato, um soco no estômago de muita gente. Em sua primeira exibição, no festival de Cannes, em 2002, arrancou dos críticos o que deve ter soado como elogios: "Repulsivo!", "Doentio!", "Gratuito". Pois bem, Irreversível é tudo isso e pelo mesmo motivo, no mínimo, merece atenção.
A história é contada de trás pra frente, sem cortes, sem trilha sonora, o filme é seco. De início, assistimos Albert Dupontel esfacelar o rosto de um homem com um extintor de incêncio, quando digo assistimos, toma-se literalmente ao pé da letra, sem nenhum glamour, e com barulhos curtos. Chega a ser tão cruel quanto no filme do polonês Kieslowski, "Não Matarás", quando o assassino mata com uma pedra na mão e muitas pedradas na cabeça. Mas, o cruel ainda está por vir no filme de Noé.
Durante dez minutos sem cortes, assistimos a cena de estupro, dolorosamente, com uma câmera parada, mais ou menos com a intenção de ter sido esquecida ali para nos mostrar o quão cruel é para a vítima de estupro, tal ato.
Noé força os sentidos do público, mas na verdade quer fazer uma fábula sobre o destino. A montagem ao contrário casa com uma frase que é dita tanto no início quanto no fim do filme: "O tempo destrói tudo". A cada retrocesso no tempo, a história vai ficando mais leve, feliz, o que acaba impondo a idéia da impotência, e de tristeza, diante do destino dos personagens. A cada cena que passa, o filme pergunta por que as coisas não aconteceram de outra forma, por que não tomaram outro rumo, por que nós somos vítimas do destino? O tempo é o inimigo, o destino destrói tudo. O tempo é irreversível. E quem tem a resposta?
Este não é o primeiro, nem o último filme que vai escandalizar o público, virão outros.
Na minha modesta opinião, vale cada segundo, porque a violência nunca é gratuita e só em filme de Hollywood é mascarada.
2 comentários:
os argumentos são bons minha linda/até assistiria se já não tivesse visto/mas num dá não; trash por demais! vc guenta,eu não!kkkk
Acho que aqui é o gosto por gênero de filme que conta.
Eu sou uma apaixonado pelo filme, e concordo com você quando diz que a violência, desse tipo, é mascarada em Hollywood. Mas consigo entender aqueles que não suportam o filme também!
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