Li três dos cinco best-sellers do psiquiatra e terapeuta Irvin D. Yalom: "Mentiras no Divã", "Quando Nietzsche Chorou" e "O Carrasco do Amor".
O estilo popular e muitas vezes simplório do autor não me atrai, não me convence, não me estimula e nada do que li me emocionou. Além dos estilos terapêuticos divergentes: Ele, me parece, um humanista, eu, psicanalista. O "aqui e agora" nunca me seduziu racionalmente.
Mas tenho que me redimir e assumir que eu gosto que ele esteja entre os mais vendidos, afinal, entre tantos livros de auto-ajuda, que não ajudam, há o interesse aqui de narrar histórias em que a terapêutica não é perdida, de má qualidade, perversa ou nociva.
São histórias de dores, feridas abertas, cicatrizes, loucuras, neuroses e psicoses, resumindo, são histórias de gente. E entendo porque as pessoas gostam: porque elas se identificam, se enxergam nas dores do "demasiado humano".
Mais do que isso, Irvin D. Yalom é sincero e não se coloca na posição médica frequente da nossa sociedade, no lugar de poder. Ele comunica aos seus leitores (assim como para seus pacientes) que ele tem as próprias cicatrizes, os próprios traumatismos e muitas dores confusas não identificadas por ele.
Talvez a minha reserva em relação à ele seja porque nada do que ele conta me é novo, e penso que um estudante de primeiro ano de faculdade de psicologia ache o mesmo. Mas, se ele consegue e me parece que o faz habilidosamente, emocionar e fazer com que seus leitores questionem conscientemente os seus problemas, espero honestamente que as vendas altas continuem.
Ponto pra ele.
4 comentários:
Li "Quando Nietzsche Chorou" e fiquei impressionada com o papel de coadjuvante em que o autor colocou Freud e a genialidade que ele atribuiu a Nietzsche. Não percebi o caráter de auto-ajuda do livro,mas talvez esta ajuda tenha ficado no meu inconsciente ..rs
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