sábado, 10 de maio de 2008

Existirmos: a que será que se destina?

Alguns (muitos) me acusam de prepotência e me jogam na cara a falta de humildade, mas dizem de uma palavra que não sabem o significado. Prepotente é aquele que abusa do poder e da autoridade, opressivo e tirânico, e o único abuso de poder que possuo é libertador: falar e fazer o que eu penso, é exprimir com todas as minhas forças os meus ideais. E se eu tenho perto de mim inúmeras pessoas que não têm medo de suas próprias idéias, é porque a única coisa que realmente me interessa é aprender.
Aprender através da passionalidade dos outros, do amor verdadeiro e sem clichês, do desespero exposto feito ferida aberta, do cansaço dos dias sempre iguais feito por indivíduos que acreditam que estar bem informado é saber os resultados do futebol do domingo passado e saber cantar a última besteira do jabá da rádio da cidade.
Sou tirânica sim ao escolher a dedo quem eu quero que esteja ao meu lado, que não são muitos, e não sou humilde com quem sempre teve a possibilidade de estudar, de se postar diante tantas covardias acontecidas todos os dias, de esclarecer, de ajudar, colaborar, reunir, indagar e de tudo, preferem se omitir.
Não tenho nenhum poder sobre ninguém e hoje ninguém tem poder sobre mim, e é assim que com aqueles que eu amo vou caminhando a tal da estrada que nos foi imposta, colocando sempre o dedo na ferida, expondo as entranhas e debatendo desde coisas triviais até aquelas que nos machucam a alma.
Amar e respeitar o outro é fazer ele crescer e crescer junto, é aceitar que lhe cavem sempre mais fundo, é despertar a vontade de ser, além da parca experiência de existir.

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei do seu texto pela exatidão .. vou complemanter com este pecinho do livro As cidades Invisíveis do Italo Calvino.



“O inferno dos vivos não é algo que será: se existe um, é o que já está aqui, o inferno em que vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Há duas maneiras de não sofrê-lo. A primeira é fácil para muitos: aceitar o inferno e se tornar parte dele a ponto de não conseguir mais vê-lo. A segunda é arriscada e exige vigilância e preocupação constantes: procurar e saber reconhecer quem e o quê, no meio do inferno, não são inferno, e fazê-los durar, e dar-lhes espaço.”

Beijinho Ma cheri...









Anônimo disse...

"mas os mais humildes somos
nós" rs

Valentina disse...

Do que serve a humildade para tantas coisas?