O novo livro do psicanalista Contardo Calligaris, "O Conto do Amor" me decepcionou. Fã que sou dele, o seu primeiro livro ficçional deixa a desejar porque ele não contém o que é característico de seu autor, a passionalidade de suas análises, das pessoas e das sociedades que estas estão inseridas.
Um pouco mais de 100 páginas, lido em 40 minutos e questionado por mim por algumas horas.
Fracasso dele ou alta expectativa minha?
Sugestão de que um pouco das duas coisas. Calligaris está acostumado com a "vida real, nua e crua" e ao criar seus personagens, - bastante biográfico, por sinal - parece proposital que o autor não se interessou em enveredar pelas características psicólogicas dos seres "inventados" por ele. Será que ele está cansado das misérias humanas? De mexer na ferida, de diagnosticar as doenças sociais? De ir fundo nas dores pessoais?
Se for assim, compreendo a sua escolha, porque psicologizar e analisar o tempo todo, entender, justificar, explicar os atos humanos depois de um tempo cai numa mesmice, porque por mais diferente que a pessoa possa achar que é, ela não é.
As pessoas e suas patologias são cada dia mais semelhantes, e muita semelhança dá tédio! Assim como o livro de Contardo, que é mais do mesmo na literatura universal.
6 comentários:
não li ainda, mas depois digo o que eu achei! beijos inteiros.
Ma, não conheço o Contardo ,conheço o
Gikovate e o chato Gaiarsa e se todas as pessoas são 'iguais'(no sentido de uma ser clone da outra em suas patologias))Os psicanalistas tbm são, ou não? Gikovate e Gaiarsa por exemplo são bem diferentes!!rs, apesar de serem da mesma área de conhecimento e serem contemporaneos . Os pensadores .. qual pensador pensa igual ao outro? Discordo sobre esta uniformidade, até mesmo no que se chama de massa humana! somos todos loucos e esquisitos(comparados a quem?) mas cada um a sua maneira!!De forma alguma vejo esta uniformidade que vc vê!
Ma, vc lê rápido, levaria uma semana para ler 100 páginas..
Beijo.
Não concordo com o comentário acima. Como socióloga eu penso mais ou menos como a mara, por mais que os pensadores queiram ter idéias muito diferentes, acabam por entrarem numa uniformidade.
E somos todos loucos e esquisitos mesmo, pra isso é denominado 'neurose', agora fora essa categoria há as mais perigosas que contém as mesmas especificidades.
As pessoas são diferentes, mas os sintomas não. Assim como uma sociedade.
Sobre o Calligaris eu adoro o cara, comprei o livrinho e vou ler nesse final de semana! Beijos minha linda.
Valentina, vc disse exatamente o mesmo que eu disse: "As pessoas são diferentes"
A Mara disse:"porque por mais diferente que a pessoa possa achar que é, ela não é.
As pessoas e suas patologias são cada dia mais semelhantes"
Então..Vc está sendo hostil comigo por não me conhecer e gentil com a Mara por ser amiga dela!
Gean, desculpe, não quis ser hostil nem perto disso.
Eu apenas discordei de você como muitas vezes eu discordo da Mara.
A Mara disse e eu entendo que a pessoa que se acha muito diferente da 'massa' na verdade é exatamente como as outras com a diferença que ela é estereotipada.
Eu disse que as pessoas são diferentes e possuem diferenças classificáveis, e que ninguém é inclassíficavel e que no meu caso analisar uma pequena comunidade ou como a Mara analisar um indivíduo não diferencia muito de outra comunidade ou de outro indivíduo.
Desculpe mais uma vez se pareci hostil, mas não é do meu feitio.
Beijos para você, de coração.
Ô Valentina, desculpe-me tbm vc!
Vendo depois achei a palavra muito pesada e inadeguada!
Mas serviu pra conhecer a doçura de pessoa que vc é!
sinceras e cordiais saudações..
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