É que quando cheguei por aqui - Salvador - eu nada entendi. O mesmo país de onde vim e um lugar estrangeiro.
Na orla os coqueiros dançam com o vento e nos quiosques a vida (ou o dia, ou qualquer coisa) é comemorada com cerveja e risadas. Esse é o lugar da celebração de tudo e coisa nenhuma.
Um senhor atrás de mim na fila do banco que demora horas, como se não existisse problema, agradece por estar um dia tão ensolarado. (Que novidade!)
Eu nervosa por causa do calor, por casa do desdém das caixas do banco, da indiferença das pessoas que esperam, começo a gritar ironizando o banco, os profissionais que ali trabalham, a cidade, o estado, pensando em voltar logo para perto do ventilador e do meu whisky.
Nesse momento me dá um aperto no peito de saudade das pessoas que correm atarefadas e engravatadas na Av. Paulista e do frio do estado de São Paulo que me acolhe.
E por mais estranho que seja, prefiro as pedras, o mármore, o cimento, a fumaça, o frio e as pessoas mau-humoradas ao mar, à brisa, às pessoas efusivas e ao calor que me deixa exausta.
"Faz sentido dividir as cidades em duas categorias: aquelas que continuam ao longo dos anos e das mutações a dar forma aos desejos e aquelas em que os desejos conseguem cancelar a cidade ou são por esta cancelados". Itálo Calvino.
3 comentários:
esse lugar não te nada a ver com você e você sempre soube disso. volte para o lugar de concreto.
Encontre alguma coisa para gostar aí.
Encante-se com o mar e as eternas ondas.
Pare de fazer manha!
Rsrsrs.
Também tenho tantas saudades de São Paulo e daquele restaurante que era 'nosso'. Não está feliz em Salvador, volte para a cidade da garoa e do concreto!!
Não se deixe acomodar...
Beijos.
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