quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Observação

Como escrevi no post abaixo, fui assistir "Quem quer ser um milionário?" e achei a fotografia, a edição, a direção de arte e os atores muito bons.
Mas bom mesmo é sentar ao seu lado no cinema, bom mesmo é segurar a sua mão e melhor ainda, voltar com você pra casa...
E eu, eu te amo.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Carnaval cinematográfico


Enquanto a maioria das pessoas estavam batucando e pulando pelos carnavais a fora, eu como fã de cinema, comidinha gostosa e boa companhia, fiquei em casa assistindo alguns filmes em Dvd que eu perdi nos cinemas. Foi o caso de "Ao Entardecer", um filme com um elenco feminino pouco visto no cinema atual: Vanessa Redgrave, Toni Collette, Claire Danes, Glenn Close, Meryl Streep e Natasha Richardson. Além do show das atrizes, um filme simples e que emociona. Nada de ilusões e final feliz, mas algo do tipo "a vida como ela é". "Fatal", filme da diretora Isabel Coixet, de "Minha vida sem mim", traz história baseada em livro do fantástico Philip Roth e os atores Ben Kingsley e Penélope Cruz. História sem sentimentalismos, muito bem interpretada e dirigida sobre um homem de meia-idade que não sabe se posicionar diante do relacionamento com a namorada mais nova. Outra vez aqui, o tempo mostra-se impiedoso. Se Kingsley mais uma vez mostra porque é considerado um dos maiores atores da atualidade, Penélope rouba a cena com sua beleza e talento. E por fim, "A Família Savage" que é um filme parado, estilo europeu com diálogos marcantes e interpretações brilhantes de Laura Linney e Philip Seymour Hoffman.

Filmes sem efeitos especiais, maquiagens elaboradas, nem lugares estonteantes. Filmes sobre pessoas, relacionamentos, dores, culpa. Vida.

E falando em cinema, não dá pra não comentar que embora não tenha assistido "O Leitor", "Milk" e "Vick Cristina Barcelona", já digo de antemão que foi mais que justo as estatuetas do Oscar para três dos maiores ícones da sétima arte atuais: Kate Winslet (simplesmente a melhor), Sean Pean (genial) e Penélope Cruz (fantástica). Dessa vez, a Academia não teve medo de acertar!
Meu carnaval não acabou, hoje a noite, troco mais uma vez as baterias de escola de samba e trios elétricos para conferir na telona "Quem quer ser um milionário?" e avaliar se a estatueta foi merecida para o Oscar de melhor filme.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

As várias maneiras de falar


Falar de pessoas é sempre complicado, caminho árduo de seguir; como psicóloga tentei inúmeras vezes, mas a ciência também tem seus defeitos, e dois deles é a frieza e a aparente neutralidade: Não se fala de gente, mas de sujeitos, não de nomes, mas de estatísticas e parece sempre faltar alguma coisa.
Sou da galera, então, que recorre à arte e com ela me emociono e me dilacero e me entristeço e me desconstruo para recomeçar a me construir novamente.

Me reconstruo nas mulheres e nas cores de Almodovar, na mulher atravessada na garganta de Eduardo Galeano, no rapaz que bate bate bate na porta que nunca abre de Caio Fernando Abreu, na pobreza física e emocional dos filmes de Fernando Meirelles, nas estradas perdidas das cidades dos sonhos de David Lynch, na dor e na delícia de Caetano Veloso, na voz profissional, tranquila de um vilarejo cantado por Marisa Monte, no piano e na dança transgressora de Nina Simone, na própria transgressão chamada Madonna, no eterno desassossego de Fernando Pessoa, do não existir-existindo nos mundos de Clarice Lispector, no olhar esquizofrênico e talentoso e belo de Jennifer Connelly, na dor que transborda as esculturas de Camille Claudel e na auto-flagelação e insistência de Frida Kahlo.

Hebert Vianna já disse: A vida não é filme e você não entendeu.
Realmente, não entendi e nem quero.

"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que não sei o nome, cores de Almodovar, cores de Frida Kahlo, cores...". Adriana Calcanhotto.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Desabafo

Estava eu lendo o novo livro de Martha Medeiros: "Doidas e Santas", quando me deparei com uma crônica dela sobre uma tal psicóloga chamada Louise L. Hay que diz que todas as doenças são produzidas pela mente. Até aí, ok! (Não que seja simplório dessa maneira), mas depois dessa afirmação, todo o resto vira esculhambação, como essa pérola: "Todas as doenças têm origem num estado de não-perdão".
Por isso, muita gente (e com razão) com um mínimo de inteligência acaba achando a Psicologia, "a ciência da auto-ajuda". E com razão também, embora me encha de ódio, as prateleiras de Psi em livrarias são lotadas de auto-ajuda.
Primeiro: A Psicologia pouco lida com as doenças físicas. Quando se fala de doença no corpo na área psíquica, fala-se de Psicossomática. E Psicossomática é sério, é provado, é estudado, é dabatido, é uma equação, 2+2 =4, sempre.
Mas quem divulga a psicossomática (A séria)? Não interessa aos médicos e não interessa à indústria farmacêutica que seja divulgado que câncer, pode sim, ser tratado num consultório psicológico, reumatismo, problemas no coração, enxaqueca e quase todas as doenças que o corpo armazena.
O pulso ainda pulsa, o corpo ainda é pouco e o povo não colabora.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Nem um pouco curioso

David Fincher, na minha modesta opinião, é um dos grandes cineastas da atualidade. Conseguiu abalar platéias do mundo todo com "Seven", criou imagens incríveis no apenas mediano, "O Quarto do Pânico", e realizou um filme inteligentíssimo chamado "O Zodíaco".
E agora ele reaparece dirigindo o tão falado e tão indicado a mil prêmios, "O Curioso Caso de Benjamin Button". Pois esse não me comoveu, não me fez chorar (está explícito que é o que querem os realizadores do filme), não me sensibilizou, não me tocou, apenas me cansou, me deixou entediada. Horas de filme que poderiam ser editadas para deixar a platéia mais confortável, maquiagem demais, gente demais, falatório demais, e moralzinha da história no final, penso que quando há a necessidade dela (a moral) existir é porque o filme foi totalmente em vão. Para que serve a subjetividade e a criatividade da pessoa que assiste se o final já vem pronto e preparado?
Sobre os atores: Cate Blanchett é sempre boa, até quando o filme é ruim. E Brad Pitt devia agradecer aos maquiadores. Porque são as mesmas caras e bocas de sempre. Se vencer o Oscar por isso, poderia dar as mãos à Nicole Kidman quando ganhou por "As Horas" por causa de um nariz postiço.
Só espero que o diretor tão conceituado pra mim, possa futuramente desenvolver os suspenses que ele faz magistralmente. Fora isso, mais nada a dizer.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Literatura e música


Lendo ao som de "Tu me acostumbraste", na voz de Caetano Veloso em Araçá Azul.

"Medo de nada compreender, medo de tudo compreender. Medo de amar e de não mais amar. Medo de tudo esquecer e medo de nada esquecer...medo de passar fome, medo de não ter mais sede de nada. Medo de morrer e de viver. Medo de ter medo. Medo de estar sozinho quando ninguém mais está ali. Medo de estar sozinho quando o ser amado está ali.
Há um medo que não é a morte, ainda, mas que não é mais a vida". Élie Wiesel


"Tu me acostumbraste, a todas esas cosas
Y tu me enseñaste, que son maravillosas".