Enquanto as pessoas ao meu redor no cinema maldiziam o filme "Enterrado Vivo" depois da última cena, eu delirava. Fiquei imensamente agradecida ao diretor espanhol Rodrigo Cortéz por filmar na contramão dos grandes filmes de Hollywood. Enquanto nos acostumam com filmes de ação banais, recheados de tiros, bandidos, mocinhos e lindas mulheres em algum lugar afrodisíaco ou no caos de uma megalópole, este conta apenas com um ator (Ryan Reynolds) e um único cenário: um caixão.
Sinopse: Paul Conroy é um americano que vive no Iraque e é sequestrado e colocado num caixão. Seus algozes enterram junto com ele, um celular e um isqueiro zippo. Sua missão: fazer com que alguém pague seu resgate antes que acabe a bateria do telefone ou o oxigênio.
Cortéz consegue segurar essa história por mais de 90 minutos nos oferecendo um perfil do personagem: um cara como qualquer outro, que trabalha duro para pagar suas contas, que tem mulher e filho e toma medicações para ansiedade. Por isso exatamente que é fácil se identificar com ele, e assim, sofrer com ele o desespero de uma situação das mais horripilantes de ser imaginada.
Em alguns momentos, sorrimos no filme, mas é puro nervosismo. Momentos como quando o personagem tenta falar com autoridades e é colocado em espera, ou ouve de fundo musiquinhas e jingles das empresas/companhias. Rimos porque diariamente passamos por isso, e ficamos extremamente nervosos. A diferença é que estamos em nossas casas, confortáveis no sofá da sala esperando a novela começar.
Plausível, coerente e desesperador, "Enterrado Vivo" pode ser visto como uma homenagem aos grandes filmes de suspense e gera um alívio para quem está cansado de ver sempre a mesma coisa.
Junto com Paul Conroy, o oxigênio nos falta muitas vezes durante o filme. Parece que quando ele acaba, percebemos mais claramente que somos só mais um no meio da multidão e que nossa respiração é ouvida por poucos. Que desespero...
3 comentários:
Morrendo de vontade de assistir. Depois eu conto!
http://www.latenightwithjimmyfallon.com/episode-guide/2010-11-29
Dá uma olhada na entrevista com o diretor de 127 hours.
acho q vc vai curtir!
beijos
rod.
Muito boa a entrevista Rod. Agora é esperar para ver o filme!!
Beijo e obrigada, querido.
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