Uma história de amor. Uma história de quase amor. Uma história da perda do amor. Tantas histórias em uma (ou em várias que encontramos cotidianamente), tantos desesperos, tanta desesperança, muitos conflitos e algumas loucuras.
O medo de continuar vivendo e de continuar sofrendo em um relacionamento que já se tornou um abismo, o medo de se separar desse abismo, da rotina, da angústia já tão familar, tão nossa.
"Blue Valentine" é uma pequena pérola do cinema por ser tão cruel, cru, vívido com o espectador. Identificamos nossa própria finitude, não só amorosa, mas a finitude dos nossos sonhos, do nosso corpo, dos nossos prazeres, da vida enfim.
Por que é tão complicado manter um relacionamento? Acredito que muitas vezes cansamos de nos torturar, de nos machucar e por isso começamos a ferir o outro. E o outro também cansado das próprias feridas, não suporta a dor compartilhada. Está fatigado.
Mas o filme não é só desesperança, ele nos mostra que apesar das dores que nos acompanham, é melhor ter vivido um grande amor do que não ter vivido nenhum. Faz parte da nossa condição.
A minha pergunta é: a condição humana é bonita ou é simplesmente triste?