Me relacionando a maior parte do tempo com pessoas, sejam elas no consultório, ou na sala de aula, me dei conta que o sofrimento é puramente egocêntrico. E por que não deveria ser? Algum sábio já disse que a minha dor é pior porque ela é minha.
A demanda por especialistas na área de Psicologia tem crescido, assim como outras especialidades. Tudo que possa curar ou amenizar a dor psíquica tá valendo, desde livros de auto-ajuda, passando por religiões diversas até massagem relaxante. O grande problema é que todos os truques não estão funcionando. As pessoas continuam sofrendo. O remédio não faz mais efeito, a terapia é cara, os exercícios de respiração duram por uma semana, a bebida só dura por uma noite e no outro dia somos abençoados com a enxaqueca. Que mais podemos fazer?
O que talvez não compreendemos é que não é só a nossa dor que é egoísta, somos egoístas por inteiro. As relações humanas vão de mal a bem pior; me relaciono com uma pessoa que eu nunca vi pela internet, mas não consigo bater cinco minutos de conversa com meu vizinho. Consigo ficar horas na frente de uma televisão, mas não consigo abrir um livro. Não me interessa um relcionamento sério, mas quantos eu beijei a noite passada, cultura virou entretenimento, inteligência virou superficialidade, divertimento acabou quando o jogo do Corinthians e Palmeiras chegou ao fim, e só nos reunimos como pátria em copa do mundo e carnaval. O que sobrou da gente? Que valores nos foram deixados?
Eu cobro do outro o que eu não consigo efetivamente oferecer, assim, acabam-se namoros, amizades e casamentos. Sobra solidão com vista para o mar (para os privilegiados) ou para a favela do lado. Quero que entendam a minha dor, mas não suporto ouvir as lamúrias do meu melhor amigo que me acostumou mal (oras, ele era tão engraçado na mesa do bar). Queremos sempre o que não oferecemos e depois lamentamos pelo copo derramado (de cerveja, claro).
Mas a cura para o mal não está no outro ou no externo, já que podemos dizer, com enorme conhecimento de causa, que o outro ou o externo são passageiros; o nosso enorme mal estar vem do sentimento de que este corpo tem alma, a náusea que sentimos é por sabermos que estamos sós, por mais acompanhados que possamos estar.
Se a solidão é humana, puramente humana, por que ainda morremos de medo da sua companhia diária? Por que tentar amenizar (pura tentativa equivocada) com sedativos que duram apenas alguns dias, algumas horas? A pergunta é: por que não ir mais fundo?
A demanda por especialistas na área de Psicologia tem crescido, assim como outras especialidades. Tudo que possa curar ou amenizar a dor psíquica tá valendo, desde livros de auto-ajuda, passando por religiões diversas até massagem relaxante. O grande problema é que todos os truques não estão funcionando. As pessoas continuam sofrendo. O remédio não faz mais efeito, a terapia é cara, os exercícios de respiração duram por uma semana, a bebida só dura por uma noite e no outro dia somos abençoados com a enxaqueca. Que mais podemos fazer?
O que talvez não compreendemos é que não é só a nossa dor que é egoísta, somos egoístas por inteiro. As relações humanas vão de mal a bem pior; me relaciono com uma pessoa que eu nunca vi pela internet, mas não consigo bater cinco minutos de conversa com meu vizinho. Consigo ficar horas na frente de uma televisão, mas não consigo abrir um livro. Não me interessa um relcionamento sério, mas quantos eu beijei a noite passada, cultura virou entretenimento, inteligência virou superficialidade, divertimento acabou quando o jogo do Corinthians e Palmeiras chegou ao fim, e só nos reunimos como pátria em copa do mundo e carnaval. O que sobrou da gente? Que valores nos foram deixados?
Eu cobro do outro o que eu não consigo efetivamente oferecer, assim, acabam-se namoros, amizades e casamentos. Sobra solidão com vista para o mar (para os privilegiados) ou para a favela do lado. Quero que entendam a minha dor, mas não suporto ouvir as lamúrias do meu melhor amigo que me acostumou mal (oras, ele era tão engraçado na mesa do bar). Queremos sempre o que não oferecemos e depois lamentamos pelo copo derramado (de cerveja, claro).
Mas a cura para o mal não está no outro ou no externo, já que podemos dizer, com enorme conhecimento de causa, que o outro ou o externo são passageiros; o nosso enorme mal estar vem do sentimento de que este corpo tem alma, a náusea que sentimos é por sabermos que estamos sós, por mais acompanhados que possamos estar.
Se a solidão é humana, puramente humana, por que ainda morremos de medo da sua companhia diária? Por que tentar amenizar (pura tentativa equivocada) com sedativos que duram apenas alguns dias, algumas horas? A pergunta é: por que não ir mais fundo?
4 comentários:
A prolixidade polinômica pré-cambriana adjacente é subjetivamente relativa !!
Beijos...
Dani.
Acho que a gente prefere sempre a utopia, mexer nas feridas não é pra qualquer um, quanto mais ir mais fundo! É uma pena, mas são poucos que tem coragem. Beijo
comecei esbravejando e depois fiquei em silêncio.
beijos
Lucy In The Sky
Não vamos mais fundo por ter muita coisa feia lá...
Acho que é isso, viu?
Beijos...
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