Hoje ao reassistir alguns episódios de "Sex and the City" e de estar lendo o livro da espanhola Rosa Montero, "A Filha do Canibal", vi que havia elementos intrínsecos entre eles.
Num dos episódios da aclamada série norte-americana, a jornalista vivida por Sarah Jessica Parker, por ordem de seu editor, se vê na encruzilhada de escrever uma introdução para o seu livro sobre, claro, o sexo e a cidade, e percebe que com 35 anos nas costas não pensa da mesma maneira de alguns anos atrás, quando era otimista o suficiente para acreditar que encontraria um grande amor nas ruas de Nova Iorque.
Já no livro de Montero, a protagonista se vê questionando a própria existência depois do desaparecimento do marido. A protagonista com mais de 50 anos começa a entender e internalizar que com uma idade mais avançada, assim como muitos afirmam, envelhecer não é um ganho, ganho de experiência ou maturidade, mas que com o passar dos anos, a pessoa se vê perdida entre tantas perdas acumuladas durante as décadas. Quando se vive mais nas lembranças do que já se foi do que o que se é.
Minha vó de 86 anos também acredita nessa teoria como pude constatar numa conversa dias atrás.
Quando, exatamente, no percorrer da nossa vida deixamos de ser idealistas e sonhadores para nos tornarmos míseros sobreviventes de nossa história passada? Quando deixamos de ser otimistas para nos tornarmos cínicos?
A realidade é que a idade avançada não é necessariamente uma qualidade, é a proximidade da fatalidade, da morte, do fim, do significado de tudo que colocamos significados.
E essa afirmação pode ter um cunho positivo nos casos em que a pessoa não suporta mais a tortura que a vida nos aplica, ou de cunho negativo, se apesar de tudo, mesmo perdendo parte de sua identidade, a pessoa ainda mantêm uma fagulha de otimismo e esperança.
4 comentários:
hum...
Entendo o que você disse, mas as pessoas precisam de uma visão otimista da vida (por isso muitos procuram algum tipo de religião) e por isso mesmo - me corrija se estiver errada - tanto no final da ´de sex and the city quanto no final de a filha do canibal os finais são otimistas (não diria felizes), mas esperançosos.
No fundo não são todas as pessoas com graus diferentes?
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no bom português: o tempo é uma merda.
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