sexta-feira, 11 de junho de 2010

Nós em nossas caixas


Já tinha lido inúmeras críticas negativas sobre "A Caixa" (The Box), e apenas uma positiva na revista "Veja". Não tive dúvidas, assim que saiu em DVD, corri pra assistir. O mesmo diretor do já cultuado "Donny Darko", gosta de coisas estranhas e de eventos fantásticos, assim como eu.

A premissa do filme é a seguinte: Um casal recebe uma oferta de um estranho. Eles ganharão 1 milhão de dólares se apertarem um botão de uma caixa recebida, porém alguém que eles não conhecem em algum lugar do mundo morrerá. Não irei estragar o filme de ninguém escrevendo que eles optam em apertar o botão da caixa, e em seguida o filme narra as consequências da escolha.

Quando o incrível, bárbaro, sensacional, David Lynch lança um filme que ninguém entende ele é aplaudido, então por quê, "A Caixa", filme no mesmo estilão foi tão criticado e jogado no lixo? Obviamente que são levantadas inúmeras perguntas que o diretor não consegue responder no decorrer do tempo, cenas que no final das contas não fazem o menor sentido mas há coisas sensacionais no filme! Gente bizarra, lugares bizarros, comportamentos bizarros. Basicamente esse adjetivo ilustra a película com quase 2 horas de duração, junte-se a isso, citações filosóficas de Jean-Paul Sartre, filosofias baratas de vida pós-morte, eventos metafísicos, humor negro (bem negro), uma direção arrasadora, arrebatadora de Richard Kelly e uma interpretação fantástica da atriz, Cameron Diaz (há muito tempo ela não consegue essa proeza).

Então, as pessoas que gostam de um filminho, eu diria, raso de conteúdo, nem percam o tempo para pensar em caixa de pandora, o inferno são os outros, idéias existencialistas, e coisas do tipo. As filmagens "nonsense" - desculpe mais uma vez o anônimo que adora implicar comigo por isso - não é mesmo pra qualquer um. Mas a questão do filme é mesmo filosófica e é mesmo existencialista. Ao pensarmos em resolver um conflito pessoal em detrimento do coletivo há inúmeras consequências, e como lidamos com elas? E se a gente agisse de maneira a sustentar o social e pensássemos menos no individual? O inferno são os outros apenas quando os outros nos mostram quem somos nós, e ao vivermos socialmente, eles nos mostram o tempo todo. Por isso agimos tão solitários e individualistas, vivemos em nossas bolhas, ou caixas, para combinar com o filme e a situação caótica e sofredora do nosso vizinho não nos incomoda.

Deixo a minha confissão: Detestei "Donny Darko", mas fiquei apaixonada por "A Caixa".

3 comentários:

Nina disse...

o que a maioria detesta é provavelmente muito bom.

Anônimo disse...

Porcaria esse filme.

Gean disse...

Besteira mesmo! Por quê a máfia (ou qualquer organização,até mesmo sendo sobrenatural) Vai dá um muilhão pra alguém 'matar','eliminar' alguém!!

Mas assim,me fez lembrar do filme Cubo! Como se existissemos em universos particulares (em Caixas) onde os 'outros'são só figurantes e na hora H vc tem que tomar suas decisões por conta propria!

Beijos Ma.