Nos últimos dias conversei com alguns amigos sobre o amor, a paixão e o desejo. Coisas distintas que muitas vezes colocamos no mesmo pacote. A grande pergunta das conversas ou do meu monólogo é se o amor é sempre fadado ao fracasso. Algumas pessoas responderam que sim, que todos os amores, um dia, acabam. Outros responderam que ele muda de forma conforme o tempo passa, e muito poucos disseram que ele sobrevive meio a vida caótica que levamos.
Eu sou da terceira opinião, afinal, por que amor materno não acaba nunca? Será ele tão diferente da vida à dois? Não acho que seja, afinal, tanto num quanto no outro, é preciso se dedicar, se doar, conseguir receber, experimentar, sofrer, aprender. E por que será que temos mais paciência para fazermos isso com um filho em relação à um namorado/a ou marido/esposa?
Quem foi que disse também que amor de mãe é incondicional? Já senti muitas e outras tantas vezes o olhar de ódio da minha mãe direcionado à mim, de desapontamento, de cansaço, e de vergonha. Também se odeia filho, mas filho também é perdoado mais facilmente.
Então porque alguns relacionamentos de casais duram tão pouco? Quando começam juntos, se amam desvairadamente, dois meses depois, se odeiam loucamente. Por que não temos a mesma paciência com o outro como se o outro fosse de fato (naquele momento) único, como um filho?
Só consegui chegar numa resposta que é meio clichè, mas que me parece verdadeira. Porque desejamos e nos apaixonamos, mas não amamos. E podemos desejar muitos e muito, podemos nos apaixonar diversas vezes por mês, podemos levar pra cama desenfreadamente inúmeros casos (desejando e passionalmente), podemos até ter carinho, mas são poucos que conhecem de fato o sentimento amoroso, esse que te faz ficar acordada, preocupada, este que sabe enxergar o defeito do companheiro/a, porque só a paixão é cega, este que se alimenta da mediocridade dos dias, do passar das horas, este que te absorve e te alimenta, este que faz a pessoa viver para o outro além de viver apenas para si, o único sentimento capaz de perdurar.
Que nos apaixonemos menos e nos amemos mais.