sexta-feira, 30 de maio de 2008

Argentino perseguido en Brasil

Jose Luis Agdamus (70 años) maestro internacional de ajedrez, representante olímpico argentino vice-campeón argentino y campeón Brasilero de ajedrez, es negligenciado por las autoridades brasileras. Esta muriendo en una celda insalubre en una prisión de Espírito Santo, estado del sudeste Brasilero.
Acusado infundadamente por un ex-empleado de su empresa, está preso hace más de 2 años sin juzgamiento. Es humillado, maltratado y robado por otros habitantes del presidio, victima de comprobada e injustificada xenofobia por parte de los responsables por su detencion.
Preso sin respetar sus derechos promulgados por la propia ley brasileña, según la cual tendría derecho a responder al proceso en libertad, ya que tiene residencia fija, patrimonio inmobiliario local, documentación brasilera correcta, sin antecedentes policiales, ni detenido in fraganti.
Agdamus esta em pesimo estado de salud. Es diabetico, sufre de hipeertensión y disturbios respiratorios.
Su esposa e hijo brasileros piden que el pueblo, las autoridades e instituciones de Derechos Humanos de Argentina tomen conocimiento y unan su protesto al de su familia por la negligencia y abandono que esta sufriendo este ciudadano argentino, residente brasilero!
La politica exterior de Brasil adopta el principio de reciprocidad de conducta. Sera que los brasileros residentes en Argentina son tratados con la misma injusticia y abandono?

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Mais do mesmo

O novo livro do psicanalista Contardo Calligaris, "O Conto do Amor" me decepcionou. Fã que sou dele, o seu primeiro livro ficçional deixa a desejar porque ele não contém o que é característico de seu autor, a passionalidade de suas análises, das pessoas e das sociedades que estas estão inseridas.
Um pouco mais de 100 páginas, lido em 40 minutos e questionado por mim por algumas horas.
Fracasso dele ou alta expectativa minha?
Sugestão de que um pouco das duas coisas. Calligaris está acostumado com a "vida real, nua e crua" e ao criar seus personagens, - bastante biográfico, por sinal - parece proposital que o autor não se interessou em enveredar pelas características psicólogicas dos seres "inventados" por ele. Será que ele está cansado das misérias humanas? De mexer na ferida, de diagnosticar as doenças sociais? De ir fundo nas dores pessoais?
Se for assim, compreendo a sua escolha, porque psicologizar e analisar o tempo todo, entender, justificar, explicar os atos humanos depois de um tempo cai numa mesmice, porque por mais diferente que a pessoa possa achar que é, ela não é.
As pessoas e suas patologias são cada dia mais semelhantes, e muita semelhança dá tédio! Assim como o livro de Contardo, que é mais do mesmo na literatura universal.

domingo, 18 de maio de 2008

My Blueberry Nights


Há muito tempo eu não saia tão emocionada do cinema. Ontem assisti, "Um Beijo Roubado" (My Blueberry Nights), primeiro filme em inglês do cineasta chinês Wong Kar Wai.
No elenco uma porção de gente famosa incluíndo a cantora Norah Jones, Jude Law, Natalie Portman e Rachel Weisz. Li algumas críticas dizendo que Norah Jones estreou muito mal como atriz. Não é a minha opinião, e quem liga mesmo para críticas?


Eu senti tantas saudades de sentir o que tocou o meu peito e fez derramar tantas lágrimas, e eu encontro novamente o cinema, a sétima arte.

Poderia-se dizer que a película trata de uma mulher que descobre a América, mas mais do que isso ela descobre a si mesma, e como o filme se passa em sua maioria em locais fechados como bares, restaurantes e cassinos, o olhar da personagem principal é focado na angústia, no sofrimento, no vazio, na decepção, nas dores dos outros. E é tanta dor...


As imagens que Wong Kar Wai coloca na telona são coloridas, muito azul, muito vermelho, muito rosa, para fazer um contra-tempo com o cinza acentuado da vida dessas pessoas em busca (não de um sonho grandioso), mas, de companhia, de conversa, de entendimento, de superação. (Será que eu estou enganada e no mundo atual essas coisas são grandiosas?)
A cena do tal "beijo roubado" do título em português, é tão incrível que o cineasta dispensou qualquer nota musical.
Falando em música, o cineasta chinês também escolheu bem: além de Norah Jones, Cat Power, Otis Redding, Ry Cooder e Cassandra Wilson.


Mas é só um filme de amor para quem quer vê-lo dessa maneira...
Se assim for, eles perderam 90% do filme.




sexta-feira, 16 de maio de 2008

Nos salvando do lugar-comum...


No disco novo de Arnaldo Antunes, a belíssima, "Contato Imediato".
Quem puder ouça!


Peço por favor
Se alguém de longe me escutar
Que venha aqui pra me buscar
Me leve para passear
No seu disco voador
Como um enorme carrossel
Atravessando o azul do céu
Até pousar no meu quintal
Se o pensamento duvidar
Todos os meus poros vão dizer
Estou pronto para embarcar
Sem me preocupar e sem temer
Vem me levar
Para um lugar
Longe daqui
Livre para navegar
No espaço sideral
Porque sei que sou
Semelhante de você
Diferente de você
Passageiro de você
À espera de você
No seu balão de são joão
Que caia bem na minha mão
Ou numa pipa de papel
Me leve para além do céu
Se o coração disparar
Quando eu levantar os pés do chão
A imensidão vai me abraçar
E acalmar a minha pulsação
Longe de mim
Solto no ar
Dentro do amor
Livre para navegar
Indo para onde for
O seu disco voador


(Arnaldo Antunes - Marisa Monte - Carlinhos Brown)

terça-feira, 13 de maio de 2008

São Paulo, je t'adore


É que quando cheguei por aqui - Salvador - eu nada entendi. O mesmo país de onde vim e um lugar estrangeiro.
Na orla os coqueiros dançam com o vento e nos quiosques a vida (ou o dia, ou qualquer coisa) é comemorada com cerveja e risadas. Esse é o lugar da celebração de tudo e coisa nenhuma.
Um senhor atrás de mim na fila do banco que demora horas, como se não existisse problema, agradece por estar um dia tão ensolarado. (Que novidade!)
Eu nervosa por causa do calor, por casa do desdém das caixas do banco, da indiferença das pessoas que esperam, começo a gritar ironizando o banco, os profissionais que ali trabalham, a cidade, o estado, pensando em voltar logo para perto do ventilador e do meu whisky.
Nesse momento me dá um aperto no peito de saudade das pessoas que correm atarefadas e engravatadas na Av. Paulista e do frio do estado de São Paulo que me acolhe.
E por mais estranho que seja, prefiro as pedras, o mármore, o cimento, a fumaça, o frio e as pessoas mau-humoradas ao mar, à brisa, às pessoas efusivas e ao calor que me deixa exausta.


"Faz sentido dividir as cidades em duas categorias: aquelas que continuam ao longo dos anos e das mutações a dar forma aos desejos e aquelas em que os desejos conseguem cancelar a cidade ou são por esta cancelados". Itálo Calvino.

sábado, 10 de maio de 2008

Existirmos: a que será que se destina?

Alguns (muitos) me acusam de prepotência e me jogam na cara a falta de humildade, mas dizem de uma palavra que não sabem o significado. Prepotente é aquele que abusa do poder e da autoridade, opressivo e tirânico, e o único abuso de poder que possuo é libertador: falar e fazer o que eu penso, é exprimir com todas as minhas forças os meus ideais. E se eu tenho perto de mim inúmeras pessoas que não têm medo de suas próprias idéias, é porque a única coisa que realmente me interessa é aprender.
Aprender através da passionalidade dos outros, do amor verdadeiro e sem clichês, do desespero exposto feito ferida aberta, do cansaço dos dias sempre iguais feito por indivíduos que acreditam que estar bem informado é saber os resultados do futebol do domingo passado e saber cantar a última besteira do jabá da rádio da cidade.
Sou tirânica sim ao escolher a dedo quem eu quero que esteja ao meu lado, que não são muitos, e não sou humilde com quem sempre teve a possibilidade de estudar, de se postar diante tantas covardias acontecidas todos os dias, de esclarecer, de ajudar, colaborar, reunir, indagar e de tudo, preferem se omitir.
Não tenho nenhum poder sobre ninguém e hoje ninguém tem poder sobre mim, e é assim que com aqueles que eu amo vou caminhando a tal da estrada que nos foi imposta, colocando sempre o dedo na ferida, expondo as entranhas e debatendo desde coisas triviais até aquelas que nos machucam a alma.
Amar e respeitar o outro é fazer ele crescer e crescer junto, é aceitar que lhe cavem sempre mais fundo, é despertar a vontade de ser, além da parca experiência de existir.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O Cheiro do Ralo

Literalmente uma merda.
Não sei porque ainda insisto em assistir filme nacional.
E convido os pseudo-intelectuais que amaram essa porcaria a tentarem me explicar por que isso é "cult".

domingo, 4 de maio de 2008

Fim da Brincadeira

"Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entro o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra esse formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão!)"
Cecília Meireles escreveu esse poema infantil em 1964.
Em 2008, as crianças não brincam em jardins, as flores de casa são de plástico, as borboletas são animais indesejáveis, lagarto é animal de zoológico, primavera e verão são a mesma coisa, não conhecem canções, não brincam com sapo, cigarra ou grilo e são todos tão tristes.